top of page

Estrelas de Natal

Foto do escritor: SAUDE&LIVROS FommSAUDE&LIVROS Fomm

por Isabel Fomm de Vasconcellos Caetano


Estava olhando o mundo. E esse a deixava triste. Lembrava-se de Gaiarsa, o grande e hoje esquecido psiquiatra e comunicador, que dizia sempre que “em 10 mil anos de história, no planeta, não houve um dia sequer sem guerra”. Guerra, na Ucrânia, em Gaza, e em muitos outros países para os quais a mídia não dava tanta bola.


Isso sem contar a inúmeras guerras cotidianas, dentro das casas, das empresas, dentro de cada um de nós.


O ódio imperando nas redes sociais, essas uma enorme benção, uma conquista do avanço tecnológico que, se usada para o Bem, era maravilhosa e, se usada para o Mal, era uma eficiente ferramenta para o incremento de mais e mais guerras!


Afinal, qual seria a sua missão aqui na Terra? O que viera fazer aqui, se tão pouco alcance tinham suas palavras e seus pensamentos? Nenhum poder. Nada mesmo. Não era uma dessas “influencers”, todos eles alcançando seguidores por suas homéricas besteiras postadas nas redes.


O mundo parecia adorar as besteiras, o negativismo, o negacionismo, a tremenda imbecilidade!

Um mundo imbecil!


Então, o que restava dos sonhos da sua geração dos anos 1960? Sonhos de paz e amor, sonhos cantados pelos Beatles, Bob Dylan, e tantos outros, sonhos de John Lennon: “Imagine all the people, living a life in peace”.


Pouca leitura. Pouca cultura. Pouca história. E, por isso, o consequente não reconhecimento da enorme dívida a todos os seus antepassados, aqueles que lutaram, que morreram, que se esbodegaram, para que pudéssemos, nós, chegar aonde estamos hoje, o progresso tanto científico, tecnológico e culturalmente falando... retrocesso!


O mundo pesava em seu peito, em sua alma, em seu coração!


Era, de novo, Natal. E logo chegariam os Anjos, aqueles que sempre chegam primeiro a cada Natal.

E chegam para lembrar o Filho do Homem, descido à Terra para disseminar sua mensagem de amor e paz, do “amar ao próximo como a ti mesmo” e que, por isso, fora perseguido e crucificado, como o são todos os que desafiam a guerra, a intolerância, o desamor.


Bom... e daí?


Daí nada. Estarão todos mergulhados na competição pela melhor mesa, pela melhor decoração natalícia, pelos melhores presentes, pela melhor ceia...


O real sentido da festa... esquecido!


Faz calor. Ela abre a janela e, num relance, vê uma estrela cadente, muito rápida, no firmamento.


Não sabe – e nem poderia saber – que, dentro daquela nave estelar, estão os Anjos, a Esperança, o Espírito de Natal que, mais uma vez, incansavelmente, tentam trazer à Terra algum caminho para o amor.



Elizabeth Krausz Muito lindo.


Comments


bottom of page