por Isabel Fomm de Vasconcellos Caetano

O aspirador de pó jaz esquecido e montado no chão da sala. É Maysa cantando, no nosso potente som, “Não Existo Sem Você” do poeta Vinícius de Moraes, que me faz vir escrever para você.
Verdade, que quando estava usando o espanador e The Platter’s cantavam “Only You”, quase vim...
Olhando o nosso eterno sorriso no porta-retratos, ao lado do computador, aquele que Emerson me deu há dois natais, ainda me vêm lágrimas aos olhos com Dóris Monteiro: “você é dó, é ré, mi, fá é sol-lá-si”.

Todas as mais belas canções de amor trazem você de volta, pra fora do meu coração (porque dentro dele você sempre está).
Desde ontem estou pensando em escrever para você. Queria falar da grande viagem pelas Máquinas do Tempo que tenho feito nos últimos dias, copiando, editando e postando textos da minha página “Recordar É Viver” do velho portal pra o novo portal, que estamos criando, Serjão e eu, e está ficando lindo!
Reler e rever velhos (e novos) textos – artigos, contos, crônicas, lembranças diárias – me faz mergulhar dentro de mim mesma, dentro de você, meu amor querido, e de todos os dias gloriosos que vivemos juntos. Oscilo de 8 a 80. Ora penso que sou um zero à esquerda, que não realizei muito do que poderia ter realizado. Ora penso que a minha, a nossa, vida foi, até aqui, uma coleção de grandes privilégios e feitos homéricos.
Penso nos meus parceiros de livros (foram 10 até agora, dos meus 23 publicados), cuja vida, e/ou alguma experiência específica, transformei em romance. Todos eles, unanimemente, me disseram, não sem emoção, que escrever um livro comigo foi lavar a alma, faxinar as emoções, recuperar a autoestima! Que orgulho, meu amor! Pode proporcionar tudo isso a alguém...
Agora, para mim, reler e postar tantos e tantos textos que estavam meio esquecidos lá no nosso portal, também foi isso: uma faxina na alma! Uma recuperação de mim mesma e até de nós dois!
Bom. Escrevi. Agora, toda a casa já com os móveis, quadros, plantas, floresta dos passarinhos e eteceteras limpos e brilhando, só falta mesmo o chão, a base! O aspirador me espera! Depois o chuveiro, o banho abençoado, da cabeça aos pés, cabelos perfumados, pele hidratada, alma lavada, estarei pronta para encarar mais um final de ano na Janela da Paulista.
A faxina interna concluída, só falta um aspiradorzinho na externa!
Continuo amando você, como o amei desde o primeiro dia!
Feliz Ano Novo, metade de mim, Mauro Caetano!
Domingo, 29 de dezembro de 2024
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